sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"When you're miserable... you need someone... even more miserable than yourself."

Um 'pedrinho', bom garoto, anjinho, jogado na selva.
Do nada veio, do nada caiu do céu, céu que nem existe.
Um coelhinho branco dentre vários marrons.
Uma calma rapoza dentre hienas.

Bondozo, calmo, tranquilo, ingênuo, pacato, ...
Prato cheio para os sádicos.
Coitadinho... Olhem como ele se recolhe,
Olhem como ele é um inútil, olhem como ele é mole...

humilhem o otário! olha como ele mal reage!
Pisem na alma dele! olha a dor que ele sente!
Xinguem ele! Olha como ele fica nervoso!
Chutem ele! Olha como ele se assusta com medo!

Coitado... ele se irrita mas não reage...
Não tem pena dele mesmo?
Coitado... estão arrancando suas asas...
Abrindo um buraco em seu peito, não sente?

UMA LARVA!
UMA LARVA INDEFESA DADA COMO COMIDA PARA PIRANHAS!
UM POBRE INDEFESO JOGADO COMO COMIDA PARA TUBARÕES!

Mais uma vez dilacerado, mais uma vez ensanguentado.
Sua alma foi estuprada, sua tranquilidade aniquilada.
Seu coração despedaçado, sua quietude perturbada.
Sua sanidade estripada, sua identidade exterminada.

Não há mais ali um ser humano, apenas uma besta diabólica.
Tremendo, olhos esbugalhados, sangue fervente.
Não há mais ali um espírito límpido, apenas uma alma distorcida.
Ardendo em chamas, se contorcendo de terror, gemendo de ódio.

EXPLOSÃO!

Tripas e sangue para todo o lado...
Caos e destruição em todo canto...
Cadáveres. Despedaçados. Dilacerados.
Som de sangue pingando, cheiro de carne crua.

As pupilas se contraem, volta à sua consciência.
Olha a sua mão, vê o sangue nas garras. Você mesmo.
Olhos ainda esbugalhados.
Depois de alguns segundos de silêncio e susto...

Gargalhadas diabólicas, orgásmicas, únicas.
Lágrimas... não de tristeza, de gozo.
Um demônio criado pela própria sociedade.
Uma besta que perdeu toda sua bondade e amor, só lhe resta ódio.

(15/02/1012 - 15:00)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Não importa o quanto o elucubrante desvie de seu caminho, não importa o quanto ele voltar, desviar, conhecer outras pessoas...
A tormenta sempre vai estar ali dentro... Guardada lá no fundo...
Pronta para ser despertada...
Principalmente por aqueles que o tiraram de sua trilha...




Submisso por desejo

Raposa errante que cobiçou uma apetitosa presa.
Resolveu circundá-la, observá-la, sente o possível gosto pelo cheiro.
Tantos peixes se encantam pelos seus tentáculos, mas não chegam a se eletrocutarem.
Mosquitos atraídos pela beleza da planta carnívora.
Mais um belo calçado no armário, mais um. Velhos escravos tiram o sabor da uva dada na boca.

Acaricia lentamente com apreciação e gozo a jóia...
A linda burguesa premia o indefeso gatinho com um doce carinho antes de esmagar seu cérebro...
O lorde pisoteia e cospe nas plantações do próprio servo.
Amigo que conta como foi dormir com sua esposa. Conta como brilha o ouro para aquele que o perdeu e ficou com a prata.
Esposa que transa sem reação nenhuma fumando um cigarro. "Gostou?"

O conselheiro do rei se vê sendo decapitado nas execuções de seu mando.
Assiste de longe a ganância, egoísmo, mesquinharia correndo no seu sangue, queimando nos seus olhos e nervos.
A pequena namorada pergunta se gosta dela pela sua pessoa ou por causa de sua bunda.
A decisão, impõe limites. O companheiro de quarto te chama de idiota por querer demarcar território.
"Seu gosto não interessa mais, será chutado e descartado. Torto e defeituoso, seus bolsos são furados, suas espadas, enferrujadas."

Mas a outra lente revela um covarde, um hipócrita, indeciso e confuso.
A massa come pão no circo. Você quer o pão ou quer ser o dono do circo?
Sua utopia te faz caminhar para o horizonte do oceano que leva ao abismo, no mundo dos seus ideais.
O servo é tão imundo quanto o lorde.
Apenas resta a beleza da escultura de pensamentos e perguntas sem conclusões do filósofo, retórica.
Apenas resta a bonita iniciativa da crítica do anarquista ao sistema, pois reclama das cementes da cereja e clama por uma pedra filosofal.
No fim, só resta o estilo e o dissolver do ódio do revoltado.

(6:30 - 30/12/2011)

sábado, 5 de dezembro de 2009

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.. . . .. .. . ....
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...

Errante

Começando a fazer coisas, como todo mundo
Indiferente, sem pensamentos extremos, pelo incrédulo
Erra. Pisa em falso. Cai
Levanta confiante no poder do acaso

Erra. Tropeça. Se esborracha
Assustado, põe-se a pensar
Percebe que caiu por incapacidade
Percebe que está caindo
Num buraco aparentemente inacabável

Pertubação mental, Inconformação
Dúvida, revolta
Novamente joga o peso no acaso
Erra. Desequilibra. Quebra a cara

Mais uma vez, perturbação
Inconformação, ódio de si
Vergonha, fúria, tormenta
E busca o masoquismo para a melhora

Busca se chamar de ridículo
Idiota, perdedor, otário
Se enfurece, e tenta fazer algo
Atribuindo essa fúria

Erra. Ou dá um passo certo
Mas novamente vem a indiferença
Não importância. Comodismo
Passam, esbarrando saindo do percurso

Enxerga a possibilidade, o erro
Enxerga o plano, a solução
Mas continua indiferente, comodista
E a se enfurecer com tudo isso

Continua caindo, no infinito buraco
Esbarrando nos extremos, errante
Tenta parar de cair, voltar ao topo
Se destrói, cansa, fecha os olhos
O fundo está chegando...

(Lucas Garcia Gomes - 05/12/09 - sábado - 12:00 - X )

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Olá pessoas, quanto tempo.

A personalidade das pessoas vai mudando com o tempo, a minha, tem alta taxa de metabolismo parece, mas mesmo assim, retém algumas características, desde o princípio...

O poema recém feito que vou postar fala sobre o que venho sentido ultimamente...

Até a próxima.



Areia Movediça

Olho sem notar que estou olhando
Névoa, miragem, ilusão
Parece mais um sonho,
Mais um, dos que não me lembro mais...

Afundado numa maciez amassada...
Não confortável pelo peso que aguenta
Que acumulou, desde antes do náufrago
Mais parece subterrâneo, uma prisão...

Meus pés estão afundando
Areia movediça
Sinto o perigo, sinto-me nervoso
Areia movediça
Mas é tão macia que me apago convergindo para ela...

Eles me puxam, eles me arrastam
Eles me arranham, eles me ameaçam
Mas no fim eu pouco me importo...
Continuo afundando... Que seja logo...

Já me sinto afundado, numa turbulência
Mas afastado em minha mente, nada sinto
Só percebo tempestades caóticas
Como se fossem luzes de relâmpagos distantes...

Estou me apagando...
Areia movediça
Nada me vale mais
Areia movediça...
Me engula de uma vez...

(Lucas Garcia Gomes - 20/11/09 - sexta - 19:00 - V)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Cavador do Infinito e o Elucubrante

Cavador do Infinito

Com a lâmpada do Sonho desce aflito
E sobe aos mundos mais imponderáveis,
Vai abafando as queixas implacáveis,
Da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito
Sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava
mais o Infinito se transforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho.
E como seu vulto pálido e tristonho
Cava os abismos das eternas ânsias!
(Cruz de Souza)




_ Po é isso ae cara, parabéns.
_ Cara, tu consegue passar no ITA viu, que acha?
_ Acho bizarro ele com esse caderno dele, parece até código fonte.
_ E esse livro aí, parece até a bíblia dele. Cara, já pensou em dividir o tempo por dois e tals?
_ Por quatro, quem sabe.
(...)
_ Você está muito apegado com esse livro...

...

_ Olá, boa noite =)
Vi você lendo, gosta de ler? é difícil achar pessoas da sua idade que gostam de ler... (com o livro A Cabana na mão)
(...conversa vai conversa vem...)
_ Acho muito interessante esse livro, a forma como o autor comenta a relação das personagens com a Trindade,
É muito interessante como ele lida com os sentimentos de forma a se encontrar com o leitor na sensibilidade...
(...)
_ Você freqüência alguma igreja?
_ ... Católica...
_ *silêncio* ... É, é muito importante...
(...)



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O cavador do infinito. Com sua lâmpada dos sonhos bem erguida de forma a marcar sua personalidade 'objetivista'.
Caminha sem desviar do caminho que a luz de sua lâmpada ilumina.
Sua alma grita de dor, sua alma não se conforta com essa escavação.
Mas a ânsia é mais forte que o próprio grito da alma.
E não passa pela cabeça voltar pelos outros, pois estes querem ajudar no desejo. Não do cavador, mas da sua alma.
E por mais que o cavador cave, por mais que o cavador se esforce, o infinito parece mais longo, e inalcançável.
E o seu desejo aumenta na mesma proporção, cada vez mais com menos a perder, o cavador se põe a cavar.

O infinito se aproxima infindamente...

Do seu desejo e da ânsia pelo seu sonho,
Do seu sucesso,
Da sua aflição e sua angústia provocada pelo inalcançável.

Cavador do infinito, que atormentado cava seu tormento.

(...)




Acho que texto melhor do que esse não há para explicar a ''tormenta do elucubrante''.
O elucubrante estuda, ao invés de cavar.
O a lâmpada erguida mostra seu sonho acadêmico.
E ocorre da superação parecer inalcançável.
Conforme o final nunca chega e parece cada vez mais longe.
E o elucubrante atormentado, carrega consigo sua tormenta.
A ultima coisa que faria, depois de tudo que pudesse fazer, seria voltar atrás.
E continua a trilha infinita.

...

Porém de alguma forma, eles que vêem claramente os objetivos do elucubrante, mandam sinais para ele.
E surpreso com coincidências o elucubrante põe-se a pensar.
Pensar se pensar é realmente continuar nessa trilha infinda.
O que menos parece ser pensar, parece parecer relevante para o mesmo.
Mas não entra na sua cabeça essa possibilidade, essas.
E surpreso percebe-se parado na trilha, finalmente.
E pela primeira vez olha para trás, e vê seu rastro de sangue.
...


(Lucas Garcia Gomes - terça - 20:18 - U )

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

The Begin

Saudações.

Bom, aqui está mais um primeiro post de mais um primeiro blog...
Este, será bem distinto, particular, com certeza.
O blog tratará das coisas que passam pela cabeça de um jovem lucubrante, sua visão das coisas, da sociedade, do mundo a sua volta.

Também postarei alguns poemas de minha autoria. Poemas estes que são semelhantes em certos aspectos aos ultra-românticos, carregados com o ''mal-do-século'' e/ou o ''spleen''.

Destacado o blog será pois acredito que o autor muito destacado no mundo é. Bastará acompanhar o blog e entenderão...

Para começar, um poema sobre a vida, a morte e a humanidade. Não poderia ser um tema melhor podia?



A humanidade, a vida e a morte.




Os humanos descobrem o fogo para melhorar sua forma de alimentação e para melhor noites passarem...
Os humanos criam vilas, aldeias, cidades para morarem...
Os humanos criam um idioma para melhor se comunicarem...
Os humanos distribuem as tarefas do dia-a-dia conforme a idade e sexo de cada um...
Os humanos criam classes para separarem os 'melhores' dos 'piores'...
Os humanos se dividem em grupos distintos, por certas diferenças...
Os humanos criam armas mortais...
Os humanos entram em guerra por certos interesses...
Os humanos matam outros porque não é do seu grupo, ou por qualquer outro motivo...
Os humanos criam um deus, e dizem que ele é superior à todos, e que por serem sua criação, todos estão sobre sua mercê...
Os humanos consideram alguns superiores apenas por serem de tal família...
Os humanos pintam, desenham e escrevem motivados por suas opiniões, vontade e angústias...
Os humanos criam a igreja, e aproveitam do deus, para se beneficiarem às custas de outros...
Os humanos criam leis...
Os humanos justificam tudo em função desse deus e da igreja, sem se importarem com as conseqüências...
Os humanos se rebelam...
Os humanos condenam certo grupo por terem a pele mais escura...
Os humanos se separam cada vez mais em mais grupos, de regiões, raças, idiomas, culturas e famílias diferentes...
Os humanos extinguem outros povos...
Os humanos se amam,
Os humanos se odeiam,
Os humanos mentem para outros humanos,
Os humanos ficam felizes,
Os humanos ficam tristes,
Os humanos se matam.
Os humanos passam por boas situações, se cansam delas, e buscam melhores...
Os humanos passam por más situações, procuram botar a culpa em alguém ou algo, e fazem de tudo para não passarem por más situações novamente.
Os humanos preferem receber coisas boas facilmente, por nada ou pouco em troca.
Os humanos preferem que alguém faça, ao invés deles mesmos.
Os humanos passam a vida inteira sem vontade de fazer obrigações e necessidades...
Os humanos julgam os que os fazem mal de más pessoas, e dizem que fazer o bem é um dever de todos.
Os humanos falam que a vida é boa...
Os humanos falam que a vida é ruim...
Os humanos ficam refletindo, querendo saber porque coisas boas ou más acontecem com eles, pois não concordam.
E por fim... os humanos julgam tudo que já fizeram, como tudo que nesse texto já foi dito.

. . .


''Hazel: Posso fazer uma pergunta boba?
Morte: Claro.
Hazel: É mais de uma pergunta... hã... Por que a gente sofre? por que a gente morre? por que a vida não é boa o tempo todo? por que não é justa?
Morte: Essas perguntas não são bobas, Hazel. Para alguns são as únicas perguntas que interessam.
Hazel: Então você não vai responder?
Morte: Claro que vou, mas é um assunto meio complexo. E tem um monte de respostas. E as respostas não significam nada... Não são perguntas bobas, mas é como perguntar ''Quando é púrpura?'' ou ''Por que terça-feira?'', se é que você me entende...
Hazel: Não muito.
Morte: Bem, eu acho que em parte tem a ver com contrastes. Luz e sombra. Se você nunca teve dias ruins, como vai saber que teve dias bons?
Mas em parte, é apenas isto: Se você vai ser humano, tem um monte de coisas no pacote. Olhos, um coração, dias e vida. Mas são os momentos que iluminam tudo. O tempo que você não nota que está passando... É isso que faz o resto valer.''
(HQ: ''Morte. O grande momento da vida.'')
(...)

Contrastes... O negativo, e o positivo... São os elementos primários de tudo.
Um depende do outro. Um só existe quando o outro também existir.
E tudo depende dos dois. Tudo tem sua parte positiva e sua parte negativa.
O claro não seria claro sem o escuro, assim como o escuro não seria escuro sem o claro, e etc.
Momentos bons não existiriam, se momentos ruins não existissem. O 'bem' depende do 'mal', e vice-versa.
O negativo e o positivo apenas disputam uma predominância. Certas vezes um predomina, assim como o contrário também acontece, de acordo com infinitos fatores... Mas nunca um predomina completamente.

. . .

No final, o que realmente importa, é viver ao máximo. Experimentar aventuras, aceitar desafios, aprender coisas, se aperfeiçoar em certas tarefas...
Se arriscar. Mas na medida certa, pois quando o risco é grande...
Talvez isso signifique, que a neutralidade é a melhor opção.
Pois é na neutralidade, que os opostos, e as 'energias' se encontram em harmonia...

(Lucas Garcia Gomes - 15/03/09 - 20:24 - domingo - R)